Aírton Ferreira da Silva: mudanças entre as edições
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'''Aírton Ferreira da Silva''', | '''Aírton Ferreira da Silva''', mais conhecido como '''Aírton Pavilhão''' (Porto Alegre-RS, [[31 de outubro]] de [[1934]] - Porto Alegre-RS, [[3 de abril]] de [[2012]]) foi um futebolista brasileiro que atuou na posição de [[zagueiro]] durante a maior parte de sua carreira. É um dos maiores jogadores do [[Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense]], com 19 títulos oficiais conquistados, um recorde na história do clube. | ||
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Essa qualidade técnica é reconhecida por todos os que o viram jogar, sempre citando um lance emblemático: Em uma partida entre Grêmio e Santos, além de ter '''anulado completamente o "rei" Pelé, ainda aplicou um "chapéuzinho" no atleta santista'''. | Essa qualidade técnica é reconhecida por todos os que o viram jogar, sempre citando um lance emblemático: Em uma partida entre Grêmio e Santos, além de ter '''anulado completamente o "rei" Pelé, ainda aplicou um "chapéuzinho" no atleta santista'''. | ||
Além disso, uma de suas jogadas características era levar a bola até o limite da linha de fundo, e de lá, recuar com um toque de letra a bola para as mãos do goleiro | Além disso, uma de suas jogadas características era levar a bola até o limite da linha de fundo, e de lá, recuar com um toque de letra a bola para as mãos do goleiro. | ||
===Transferência para o Santos=== | ===Transferência para o Santos=== | ||
As atuações | As boas atuações no Grêmio no final década de 60 não passaram despercebidas, e logo, o [[Santos Futebol Clube|Santos]] se interessou pelo futebol do defensor e o levou para o litoral. A transferência ocorreu em março de [[1958]]. O zagueiro foi emprestado por 40 dias, a fim de disputar o Torneio Rio-São Paulo. Em troca, o Santos ficou de emprestar por 10 meses o ponta Dorval. Essa troca não acabou ocorrendo, pois Dorval não quis voltar para Porto Alegre. Desta forma, [[Manoel da Rocha Mourão|Mourão]], [[Alfredo Sampaio Filho|Alfredinho]] e Darci vieram em seu lugar. | ||
Conta a lenda que Aírton Pavilhão tinha muito medo de viajar de avião e isso dificultou a adaptação do zagueiro em sua nova equipe. Segundo Aírton, ''"O Santos viajava muito"'' e isso fez com que o zagueiro se desliga-se do futebol do centro do país. | Conta a lenda que Aírton Pavilhão tinha muito medo de viajar de avião e isso dificultou a adaptação do zagueiro em sua nova equipe. Segundo Aírton, ''"O Santos viajava muito"'' e isso fez com que o zagueiro se desliga-se do futebol do centro do país. Na verdade, o defensor não se adaptou ao clube paulista, e depois de atuar em apenas dois jogos, voltou ao Grêmio por livre iniciativa. | ||
===O Retorno ao Grêmio=== | ===O Retorno ao Grêmio=== | ||
Menos de um mês depois do empréstimo ao Santos, Aírton retornou ao Grêmio. Uma peça fundamental da espetacular geração de 60 do Grêmio, Pavilhão continuava sendo o grande destaque na defesa tricolor. Com virilidade e uma técnica ainda mais apurada, no auge de sua carreira, Pavilhão ajudou o Grêmio a empilhar diversos campeonatos e a alavancar o clube para uma projeção nacional. | |||
Sua última partida com a camiseta gremista foi no dia [[6 de novembro]] de [[1967]], empate em 2 x 2 contra o [[Sociedade Esportiva Recreativa Perdigão|Perdigão]], na cidade de Videira, em Santa Catarina. | |||
Já em baixa, permaneceu no [[Grêmio]] por mais alguns meses até meados de [[1968]], onde renovou com o clube e foi emprestado ao [[Esporte Clube Cruzeiro|Cruzeiro]] de Porto Alegre. Após o fim do empréstimo, acabou obtendo o passe livre, pois tinha mais de 10 anos de serviços prestados ao tricolor e 34 anos recém completados. Essa era a condição para conseguir seu próprio passe. Assim, depois de 14 anos de contrato, se desligou definitivamente do Grêmio. | |||
Posteriormente, teve uma rápida passagem pelo [[Associação Almirante Barroso-São José de Futebol e Regatas|Barroso-São José]] e encerrou sua carreira em [[1971]], atuando pela [[Associação Cruz_Alta de Futebol|ACAFOL]] em Cruz Alta. | |||
===Seleção Brasileira=== | ===Seleção Brasileira=== | ||
Aírton Pavilhão também | Aírton Pavilhão também vestiu a camisa da [[Seleção Brasileira de Futebol|Seleção Brasileira]]. Na condição de suplente, conquistou o título do Campeonato Pan-Americano de [[1956]]. Ademais, como titular e capitão, foi vice-campeão pan-americano de [[1960]] na Costa Rica, inclusive eleito o melhor zagueiro-central pelo jornal local "La Nación". Nessas duas competições a seleção brasileira foi representada pela [[Seleção Gaúcha de Futebol]]. | ||
===Falecimento=== | Também participou da preparação da seleção brasileira para a Copa do Mundo de [[1962]], esteve convocado na primeira lista, era o único jogador fora do eixo Rio-São Paulo. Acabou sendo cortado pelo técnico Aymoré Moreira, que preferiu levar Bellini e Mauro, campeões do mundo em 1958. | ||
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Em [[3 de abril]] de [[2012]], o dia foi triste para toda nação gremista. Nos deixou aos 77 anos de idade, Aírton Pavilhão, vítima de uma infecção generalizada nos órgãos. | Em [[3 de abril]] de [[2012]], o dia foi triste para toda nação gremista. Nos deixou aos 77 anos de idade, Aírton Pavilhão, vítima de uma infecção generalizada nos órgãos. | ||
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No dia [[30 de março]] de [[2016]], foi aprovado por unanimidade pela Câmara de Vereadores de Porto Alegre, o projeto da criação da rua Aírton Ferreira da Silva - "O Pavilhão", localizada no Bairro Humaitá, próximo a atual [[Arena do Grêmio]]. | No dia [[30 de março]] de [[2016]], foi aprovado por unanimidade pela Câmara de Vereadores de Porto Alegre, o projeto da criação da rua Aírton Ferreira da Silva - "O Pavilhão", localizada no Bairro Humaitá, próximo a atual [[Arena do Grêmio]]. | ||
Além de marcar seu nome como um dos mais extraordinários zagueiros que já pisaram no Brasil, Aírton ainda deixou um legado vitorioso com a camiseta tricolor, de sempre ser lembrado e reverenciado na memória, pela torcida que outrora teve a grande honra de reverencia-lo pelos gramados do [[Estádio Olímpico|Olímpico]] | Além de marcar seu nome como um dos mais extraordinários zagueiros que já pisaram no Brasil, Aírton ainda deixou um legado vitorioso com a camiseta tricolor, de sempre ser lembrado e reverenciado na memória, pela torcida que outrora teve a grande honra de reverencia-lo pelos gramados do [[Estádio Olímpico|Olímpico]]. | ||
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==Títulos== | ==Títulos== | ||
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* Campeonato Pan-Americano: [[1956]] | * Campeonato Pan-Americano: [[1956]] | ||
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{{Referências}} | {{Referências}} |
Edição das 10h08min de 10 de dezembro de 2018
Aírton Pavilhão | |||
Aírton Pavilhão | |||
Informações pessoais | |||
---|---|---|---|
Nome completo | Aírton Ferreira da Silva | ||
Data de nasc. | 31 de outubro de 1934 | ||
Local de nasc. | Porto Alegre (RS), Brasil | ||
Nacionalidade | brasileiro | ||
Falecido em | 3 de abril de 2012 (77 anos) | ||
Local da morte | Porto Alegre, Brasil | ||
Altura | 1,87 metros | ||
Pé | Direito | ||
Apelido | Pavilhão | ||
Inscrição | CBF 14905 | ||
Informações profissionais | |||
Posição | Zagueiro | ||
Números no Grêmio como Jogador | |||
Jogos | Gols | Média | |
601 | 18 | 0.03 | |
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Clubes de juventude | |||
Força e Luz | |||
Clubes profissionais | |||
Anos | Clubes | ||
1949-1954 1954-1960 1960 1961-1967 1968 1969-1971 | Força e Luz Grêmio Santos Grêmio Cruzeiro-RS ACAFOL | ||
Seleção nacional | |||
1960-1964 | ![]() | 7 (0) |
Aírton Ferreira da Silva, mais conhecido como Aírton Pavilhão (Porto Alegre-RS, 31 de outubro de 1934 - Porto Alegre-RS, 3 de abril de 2012) foi um futebolista brasileiro que atuou na posição de zagueiro durante a maior parte de sua carreira. É um dos maiores jogadores do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, com 19 títulos oficiais conquistados, um recorde na história do clube.
Início da Carreira
Aírton Pavilhão iniciou sua carreira como primeiro volante, no Força e Luz, da cidade de Porto Alegre. Desde seus 13 anos, Aírton foi tido como um excelente jogador, ainda que atuando com atletas bem mais velhos que ele. Apontado como uma grande promessa, sempre teve por característica a segurança e sua qualidade técnica apuradíssima para um defensor.
A Transferência
A qualidade do atleta não passou despercebida aos olhos da direção do Grêmio. Aos 20 anos de idade e chegando na maturidade da carreira, Aírton despertou o interesse do tricolor. Após a conclusão do Estádio Olímpico, em nova vida, de casa nova e começando enfim a investir na equipe de futebol, o Grêmio foi atrás da jovem promessa do Força e Luz. A transferência para o Grêmio foi bastante curiosa, o Tricolor ainda tinha posse do seu velho pavilhão social do Estádio da Baixada, que foi envolvido na negociação do atleta somado ao valor de 50 mil cruzeiros. O velho pavilhão, que foi entregue ao Clube da Timbaúva como parte do pagamento do passe do atleta, rendeu ao jogador o eterno apelido de Aírton Pavilhão.
A transferência para o Grêmio ocorreu em 23 de junho de 1954.
Aírton Pavilhão no Grêmio
Chegando no Grêmio, Aírton passou a atuar como zagueiro, ganhando notório espaço entre os titulares. Estreou no dia 1º de agosto de 1954, em um empate de 1 x 1 com o Cruzeiro-RS e a partir daí, se firmou como um dos mais espetaculares zagueiros que já andaram pelos gramados gaúchos.
Toque refinado, sempre atuando de cabeça erguida, sem jamais usar de deslealdade e com uma qualidade técnica poucas vezes vistas em zagueiros. Essas foram as características que marcaram sua carreira.
Essa qualidade técnica é reconhecida por todos os que o viram jogar, sempre citando um lance emblemático: Em uma partida entre Grêmio e Santos, além de ter anulado completamente o "rei" Pelé, ainda aplicou um "chapéuzinho" no atleta santista.
Além disso, uma de suas jogadas características era levar a bola até o limite da linha de fundo, e de lá, recuar com um toque de letra a bola para as mãos do goleiro.
Transferência para o Santos
As boas atuações no Grêmio no final década de 60 não passaram despercebidas, e logo, o Santos se interessou pelo futebol do defensor e o levou para o litoral. A transferência ocorreu em março de 1958. O zagueiro foi emprestado por 40 dias, a fim de disputar o Torneio Rio-São Paulo. Em troca, o Santos ficou de emprestar por 10 meses o ponta Dorval. Essa troca não acabou ocorrendo, pois Dorval não quis voltar para Porto Alegre. Desta forma, Mourão, Alfredinho e Darci vieram em seu lugar.
Conta a lenda que Aírton Pavilhão tinha muito medo de viajar de avião e isso dificultou a adaptação do zagueiro em sua nova equipe. Segundo Aírton, "O Santos viajava muito" e isso fez com que o zagueiro se desliga-se do futebol do centro do país. Na verdade, o defensor não se adaptou ao clube paulista, e depois de atuar em apenas dois jogos, voltou ao Grêmio por livre iniciativa.
O Retorno ao Grêmio
Menos de um mês depois do empréstimo ao Santos, Aírton retornou ao Grêmio. Uma peça fundamental da espetacular geração de 60 do Grêmio, Pavilhão continuava sendo o grande destaque na defesa tricolor. Com virilidade e uma técnica ainda mais apurada, no auge de sua carreira, Pavilhão ajudou o Grêmio a empilhar diversos campeonatos e a alavancar o clube para uma projeção nacional.
Sua última partida com a camiseta gremista foi no dia 6 de novembro de 1967, empate em 2 x 2 contra o Perdigão, na cidade de Videira, em Santa Catarina.
Já em baixa, permaneceu no Grêmio por mais alguns meses até meados de 1968, onde renovou com o clube e foi emprestado ao Cruzeiro de Porto Alegre. Após o fim do empréstimo, acabou obtendo o passe livre, pois tinha mais de 10 anos de serviços prestados ao tricolor e 34 anos recém completados. Essa era a condição para conseguir seu próprio passe. Assim, depois de 14 anos de contrato, se desligou definitivamente do Grêmio.
Posteriormente, teve uma rápida passagem pelo Barroso-São José e encerrou sua carreira em 1971, atuando pela ACAFOL em Cruz Alta.
Seleção Brasileira
Aírton Pavilhão também vestiu a camisa da Seleção Brasileira. Na condição de suplente, conquistou o título do Campeonato Pan-Americano de 1956. Ademais, como titular e capitão, foi vice-campeão pan-americano de 1960 na Costa Rica, inclusive eleito o melhor zagueiro-central pelo jornal local "La Nación". Nessas duas competições a seleção brasileira foi representada pela Seleção Gaúcha de Futebol.
Também participou da preparação da seleção brasileira para a Copa do Mundo de 1962, esteve convocado na primeira lista, era o único jogador fora do eixo Rio-São Paulo. Acabou sendo cortado pelo técnico Aymoré Moreira, que preferiu levar Bellini e Mauro, campeões do mundo em 1958.
Falecimento
Em 3 de abril de 2012, o dia foi triste para toda nação gremista. Nos deixou aos 77 anos de idade, Aírton Pavilhão, vítima de uma infecção generalizada nos órgãos.
No dia 30 de março de 2016, foi aprovado por unanimidade pela Câmara de Vereadores de Porto Alegre, o projeto da criação da rua Aírton Ferreira da Silva - "O Pavilhão", localizada no Bairro Humaitá, próximo a atual Arena do Grêmio.
Além de marcar seu nome como um dos mais extraordinários zagueiros que já pisaram no Brasil, Aírton ainda deixou um legado vitorioso com a camiseta tricolor, de sempre ser lembrado e reverenciado na memória, pela torcida que outrora teve a grande honra de reverencia-lo pelos gramados do Olímpico.
“ | O Aírton foi um dos maiores defensores que tive a oportunidade de ver jogar e de jogar contra e a favor. Ele tinha uma colocação maravilhosa, uma visão de jogo excepcional. Pelé | ” |
Títulos
- Grêmio
- Campeonato Sul-Brasileiro: 1962
- Troféu Atenas: 1962
- Troféu Salônica: 1962
- Seleção Brasileira
- Campeonato Pan-Americano: 1956
Entrevistas
Referências
- Páginas com ligações inválidas para arquivos
- Nascidos em 1934
- Falecidos em 2012
- Todos os jogadores da história do Grêmio
- Craques do Passado
- Jogadores A
- Jogadores gaúchos
- Jogadores de 1954
- Jogadores de 1955
- Jogadores de 1956
- Jogadores de 1957
- Jogadores de 1958
- Jogadores de 1959
- Jogadores de 1960
- Jogadores de 1961
- Jogadores de 1962
- Jogadores de 1963
- Jogadores de 1964
- Jogadores de 1965
- Jogadores de 1966
- Jogadores de 1967