Títulos: Copa Libertadores de 1983: mudanças entre as edições
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Edição das 12h01min de 20 de outubro de 2016
Em 28 de julho de 1983 o Grêmio chegava a mais um grande momento em sua história, estabelecido como um dos grandes do futebol nacional muito tempo antes, a equipe gaúcha conseguia, aos 79 anos, chegar a um patamar de reconhecimento mundial. A final da Copa Libertadores da América era o ponto alto até então, ainda existia a chance de chegar ao topo do futebol, mas a conquista em questão já deixava o clube de Porto Alegre no nível de equipes consagradas no cenário sul-americano.
A Copa
Criada no ano de 1960, a Taça Libertadores da América, nome em homenagem aos principais líderes da independência das nações da América do Sul, tinha como campeões, até 1983, os maiores times do continente, a citar Peñarol, Independiente, Estudiantes, Nacional de Montevideo, Boca Juniors e Olímpia. Os brasileiros, como de costume em competições sul-americanas, não tinha um grande rol de campeões, sendo somente Santos, Flamengo e Cruzeiro os times que, antes do Imortal, levantaram a taça.
A competição era dominada por dois clubes, Independiente e Peñarol, sendo o primeiro 6 e o segundo 4 vezes campeão, seguido pela equipe argentina do Estudiantes de La Plata, com 4 conquistas e outros vários com 2 e 1 título, a citar importantes clubes como Nacional e Boca Juniors, ambos com 2 taças. Por ironia do destino, o Grêmio viria a participar da copa de 83 com três dos cinco maiores clubes da competição, além do Flamengo de Zico, contra o qual havia perdido o Campeonato Brasileiro de 1982 no escândalo do gol do Grêmio tirado com a mão de dentro do gol, que deu o título aos cariocas.
O prestígio da Copa Libertadores não se dava apenas ao confronto entre grandes plantéis do futebol sul-americano, mas também ao fato da mesma levar ao Mundial Interclubes. Até então a competição não levava a disputa da Recopa Sul-Americana, criada no ano de 1989, dado que não havia uma segunda competição na América do Sul, mas conferia ao vencedor o direito a disputa da Copa Interamericana, que não era jogada continuamente por diversos problemas de datas e segurança (há divergências se o Grêmio havia vencido a mesma em 83, título não reconhecido atualmente).
Pré-Jogo
Em uma reação surpreendente iniciada no final dos anos 70, década em que penávamos para ganhar do Internacional e conquistar títulos, o Grêmio fez um grande time, conquistou o Campeonato Gaúcho de 1976, oito anos após o último título, e galgou sonhos maiores. Em 1981, depois de uma bela trajetória, conquistávamos o primeiro título do Campeonato Brasileiro de Futebol, na épica final contra o São Paulo no Estádio Morumbi.
O título conquistado em 81 deu ao Tricolor do Sul a vaga na Copa Libertadores do ano seguinte. Em 1982 estreávamos pela primeira vez na competição continental, por azar, caímos no "Grupo da Morte", com São Paulo, Peñarol (que viria a se sagrar campeão) e Defensor Sporting do Uruguai. Perdemos apenas dois jogos, ambos para os uruguaios, ficamos em terceiro na classificação, sendo eliminados na primeira fase, já que somente seguia o melhor da chave, no caso o Peñarol.
Mesmo com uma participação curta na Libertadores, o Grêmio teve uma apresentação honrável e foi para a disputa do Brasileirão com moral. Chegou as quartas-de-final vencendo o Fluminense, passou pelo Corinthians, ganhando os dois jogos (sendo o segundo na casa do adversário por 3X1) e seguiu para a final na disputa contra o Flamengo. No primeiro jogo um empate em 1x1 no Maracanã completamente lotado, gols de Tonho e Zico; no jogo de volta no Olímpico um 0x0 levou a disputa para a terceira partida, ainda em Porto Alegre; então, na final decisiva, o 0x1 estava consagrando o Flamengo como campeão nacional até que o Grêmio conseguiria o empate, conseguiria se não fosse o jogador Andrade tirar a bola de dentro do gol com a mão. Em um dos mais vexatórios erros do futebol brasileiro, o título acabou com os rivais.
A conquista
O vice injusto de 82 garantiu a segunda participação gremista na Libertadores da América do ano seguinte, contra os grandes clubes da América como Nacional e Peñarol de Montevideo, Olímpia do Paraguai, Flamengo do Brasil e Estudiantes de La Plata, iniciava o possível coadjuvante Grêmio em seu sonho de atingir o topo do Mundo. Eram os grandes campeões, que somavam juntos 11 dos até então 23 títulos da competição, 8 Mundiais Interclubes e exatos 183 campeonatos nacionais.
Na primeira fase o Tricolor caiu na Chave 2, com Flamengo, Blooming e Bolivar da Bolívia. O grupo era relativamente fácil se comparado ao que enfrentamos em 1981, com São Paulo, Peñarol (que viria a se sagrar campeão) e Defensor Sporting, não por menos terminamos invictos, com 5 vitórias e 1 empate, contra o Flamengo. Foram 13 gols pró e 4 gols contra.
Da primeira fase partia-se diretamente para as semi-finais, mas não nos moldes atuais da Libertadores, eram duas chaves com três equipes cada. Ficamos no Grupo 1, com os fortes América de Cali e Estudiantes de La Plata; no Grupo 2 estavam os temidos Nacional e Peñarol, sendo o segundo atual campeão da competição e do Mundo (entrando direto nesta fase), além do Atlético San Cristóbal que incrivelmente se classificou no grupo mais fácil, contra o compatriota venezuelano Deportivo Tátira e os equatorianos El Nacional e Barcelona.
O Grêmio começou vencendo o Estudiantes no estádio Olímpico por 2x1, com um gol a favor perto do final da partida. No segundo jogo sofreu o revés perdendo para o América de Cali por 1X0, mas se recuperando na vitória em Porto Alegre por 2x1 cinco dias depois. Foi então que o Imortal foi a Argentina para joga contra o Estudiantes em um jogo épico cercado de tensão e acusações aos brasileiros de auxiliar inimigos de guerra do povo vizinho, envolvido na Guerra das Malvinas, em partida que ficou conhecida como A Batalha de La Plata. O jogo, que terminou em 3x3, foi um dos mais memoráveis da história do Grêmio.
Depois de sofrer uma pressão inimaginável em solo hermano precisávamos de um resultado desfavorável para o Estudiantes, o qual veio no empate sem gols contra o América de Cali, dando a vaga na final aos gaúchos. Pelo lado do Peñarol, uma classificação invicta dos uruguaios que seguiram para a decisão com pinta de que conquistariam a quinta copa.
Em 22 de julho de 1983 chagava o grande dia, de um lado o gigante Peñarol, 3 vezes campeão Mundial, 4 da Libertadores e 38 do Campeonato Uruguaio, do outro o Grêmio, uma vez campeão brasileiro e com sede de grandeza. Os gaúchos demonstraram sua força abrindo o marcador, mas não conseguiram segurar o resultado permitido o empate no segundo tempo. Jogamos melhor, podíamos ter esperanças de um futuro áureo em Porto Alegre, seis dias depois.
Com mais de 70 mil pessoas no Estádio Olímpico Monumental, o Imortal duelava pela última vez na busca do maior título da sua história até então, o dia 28 de julho ficaria marcado pelas gerações como exemplo a ser seguido pelos plantéis subsequentes a esse, exemplo de raça e amor a camisa, aquilo que os gremistas sempre deram alto valor.
Novamente era o Grêmio que fazia o primeiro ao gol, Caio abria o marcador com 10 minutos de jogo, explodia a nação branco, preto e azul nas arquibancadas. Os mandantes dominavam, mas os uruguaios conseguiram empatar na segunda etapa, como no jogo em Montevideo. O placar levava a disputa para um terceiro jogo na Argentina, não era o que queríamos. Foi então que César fez a alegria do povo, estufou a rede adversária e guardou a taça no armário gremista, para todo o sempre.
Ficha técnica
Primeiro Jogo
Copa Libertadores 22 de julho de 1983 21:15 (UTC-2), sexta-feira |
Peñarol Fernando Morena 35' |
1–1 Ficha Técnica |
Grêmio Tita 12' |
Estádio Centenário, Montevidéu-URU Público: 70.000 pessoas Renda: não divulgado Árbitro: ARG Teodoro Nitti Assistente 1: ARG Juan Romero Assistente 2: ARG Artur Ithurralde Quarto Árbitro: URU Juan Daniel Cardellino |
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Segundo Jogo
28 de julho de 1983 |
Grêmio Caio 10' César 76' |
2 – 1 | Peñarol Morena 70' |
Estádio Olímpico Monumental , Porto Alegre, Brasil Público: 73.093 Árbitro: Edison Pérez Assistente 1: Carlos Montalvan Assistente 2: Henrique Labo |
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