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Futebol de Salão no Grêmio

A primeira fase (1957-1958)

O Departamento de Futebol de Salão do Grêmio foi criado no começo de 1957. Prontamente, o clube filiou-se à recém criada Federação Gaúcha de Futebol de Salão (FGFS).[1] Grande influência na formação do departamento teve Abrahão Bruno Pinheiro, que era amigo pessoal do futuro presidente Fernando Kroeff, e havia sido vice-campeão da cidade no ano anterior como técnico do Petrópole Tênis Clube, além de ser diretor técnico da própria Federação. Os primeiros trabalhos foram concorridos, com a presença de muitos dirigentes e torcedores, visto que o esporte era a grande sensação esportiva da capital gaúcha.[2]

Neste período, para mandar seus jogos, o Grêmio utilizava a quadra asfaltada, ao ar livre, localizada ao lado do Estádio Olímpico, junto à Avenida Carlos Barbosa. Na quadra do Estádio Olímpico, o Grêmio disputou seu primeiro campeonato oficial, um torneio com partidas disputadas em tempo reduzido em homenagem ao aniversário da Folha da Tarde, em 6 de abril de 1957. O tricolor acabou vice-campeão, sendo derrotado nos pênaltis pela equipe do Glória Tênis Clube.[3]

No campeonato citadino em seu ano de estréia, entre 12 equipes, o Grêmio fez grande campanha, ficando com o vice-campeonato, atrás do bicampeão Grêmio Náutico Gaúcho. Embora tenha ficado nove pontos atrás dos campeões, em 22 rodadas, foram 12 pontos de vantagem para o terceiro colocado. Na primeira temporada, o grande destaque da equipe foi o atacante Parobé, que acabaria por receber uma oportunidade no time de futebol de campo. O Grêmio preparou-se com grande elenco, embora muitos atletas não pudessem ser utilizados devido à lei do estágio. Inclusive para manter os atletas em estágio atuando, mas também para dar experiência ao grupo, uma série de excursões foi realizada, tendo, em um ano, o clube visitado Santa Cruz do Sul, Rio Grande, Pelotas, São Gabriel, Rosário do Sul, Farroupilha, Montenegro, São Jerônimo e São Leopoldo, além da capital catarinense.

Em 1958, liderado pelo pivô Dário, o Grêmio prometia uma boa campanha. O campeonato oficial começou, já bastante atrasado, no final de junho, com 14 equipes. Logo nas primeiras rodadas, uma crise instaurou-se na FGFS quando alguns árbitros decidiram entrar em greve num protesto contra a possível perda de remuneração. Os árbitros rebeldes foram punidos com suspensão, o que acabou reduzindo o pequeno quadro. Alguns dirigentes já se queixavam, também, da ausência de um Tribunal de Justiça Desportiva e do baixo nível técnico de algumas equipes participantes.[4] A situação acabou insustentável e, em 23 de julho, o presidente Valnyr Goulart Jacques demitiu-se de seu cargo. Na semana seguinte, Abrahão Bruno Pinheiro seria eleito o novo presidente.[5] Em meio ao cenário de incertezas, uma crise eclodiu também no setor salonista gremista, embora sem causas bem explicadas. Após cinco rodadas, com três vitórias e duas derrotas, incluindo uma surpreendente para o Esporte Clube Piratas no Olímpico, o Departamento de Futebol foi fechado em 29 de julho e o licenciamento foi prontamente solicitado à FGFS.[6] Petrópole Tênis Clube e Grêmio Esportivo Previsul seguiram o Grêmio e também se afastaram do campeonato, por razões diversas.[7] No mesmo ano, com o início das obras das piscinas, a quadra asfaltada do Estádio Olímpico, inaugurada em 1954, seria extinta.

Veja também


Referências

  1. Revista do Grêmio. Porto Alegre, n. 8, p. 11, 1957
  2. Revista do Grêmio. Porto Alegre, n. 9, p. 11, 1957
  3. 1957.04.09 - Diário de Notícias (RS) - Campeão o Glória T. C.
  4. 1958.08.01 – Diário de Notícias (RS) – A verdade sobre o nosso futebol de salão
  5. 1958.07.30 – Diário de Notícias (RS) – AB Pinheiro é o novo presidente da FGFS
  6. 1958.07.31 – Diário de Notícias (RS) – Grêmio e Petrópole saíram do certame de futebol de salão!
  7. 1958.08.03 – Diário de Notícias (RS) – Presidente da Federação de Futebol de Salão traça diretrizes e planos