Predefinição:História de Georg Michaelis Black

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Icone Livro.png História

Georg Michaelis Black nasceu na cidade de Munique, na Alemanha, no dia 24 de abril de 1877. Em 1892, ingressou na Turn-Gemeinde München (Sociedade de Ginástica de Munique) como aprendiz e, dois anos depois se tornou membro efetivo. Após receber o título de mestre em 1896, passou a dirigir o grupo dos novatos até ser chamado para prestar o serviço militar. Durante este período formou-se professor de ginástica alemã na Königlich Bayerische ZentralTurnlehrer-Bildungsanstalt (Estabelecimento Educacional Central para Instrutores de Ginástica da Bavária Real). Após a conclusão do curso voltou a trabalhar na barbearia do pai e em seguida, no ano de 1899 casou-se com Magdalena Nusser. A difícil situação econômica na Alemanha no início do século XX, como também por não desejar trabalhar na barbearia de seu pai, levou Georg Black e sua esposa a unirem-se a um grupo de imigrantes que tentaria melhores condições de vida no Brasil.[1]

Chegou ao Brasil em outubro de 1902 com destino a Porto Alegre e tratou de manter a disposição em solo gaúcho. Propagando ginástica, escotismo, ciclismo, entre outras práticas esportivas, em diversas escolas e clubes de Porto Alegre e São Leopoldo, acabou como o "pai da Educação Física" no Rio Grande do Sul. Entre 1904 e 1910 defendeu o Grêmio atuando no meio-campo, chamado de center-half na época. Fundou até um clube de futebol, o Frisch Auf, clube ligado ao Turnerbund, onde Black já era professor. Anos depois esse clube se tornou a atual SOGIPA.[2]

Georg Black continuou atuando em várias atividades ligadas ao esporte e a educação física até 1937, quando precisou se afastar em razão de ter sofrido um acidente ferroviário, em São Leopoldo, que provocou a amputação de uma de suas pernas. Seu posto na Turnerbund, após 32 anos, foi ocupado pelo filho Karl Black. Seus netos e bisnetos continuaram o legado da família, consolidando o sobrenome Black na educação física porto-alegrense.[1]

Faleceu em 15 de maio de 1949, aos 72 anos. Hoje, o grupo de escoteiros da SOGIPA leva o seu nome.[3]

Grêmio

Como jogador atuou no primeiro jogo da história do Grêmio vencendo a primeira edição do Troféu Wanderpreis em 1904. Foi um dos principais jogadores naquela época, atuando em todas as partidas do primeiro quadro do clube até 1908. Quando adoeceu e ficou de fora pela primeira vez de uma partida, no Troféu Wanderpreis de 1908, o Grêmio perdeu, tamanho a sua importância para a equipe. Em 1909 participou de dois grandes confrontos da primeira década gremista, o primeiro jogo intermunicipal contra o Rio Grande e o primeiro clássico Grenal. Acabou atuando pela última vez no Jogo das Medalhas, encerrando com honradez sua carreira no Grêmio.

O pesquisador e jornalista Laert Lopes encontrou sete jogos (nota da Gremiopédia: foram treze jogos) de Black no Grêmio. E nenhum gol. Mesmo assim, está na conta desse alemão multiesportista o primeiro gol de cabeça do estado, talvez do Brasil. Talvez auxiliado por sua vocação como ginasta, saltou léguas acima de dois zagueiros rivais e... gol! O jogo parou, o árbitro não sabia o que fazer, se validava ou não o tento. Na verdade, ninguém sabe se o gol valeu, naquele época de futebol sem redes nem rádio, nem pay-per-view. A história é contada pelo jornalista Ruy Carlos Ostermann, no livro Até a Pé Nós Iremos, que não relata o ano do feito, embora acredita ter sido uma partida contra o segundo time do próprio Grêmio.[2]

  1. 1,0 1,1 Janice Zarpellon Mazo, Vanessa Bellani Lyra. Nos rastros da memória de um “Mestre de Ginástica”. Visitado em 22 de março de 2018.
  2. 2,0 2,1 Lucas Rizzatti. Grêmio 110 anos: da origem do hino ao uniforme, enigmas forjam história. Visitado em 29 de novembro de 2017.
  3. sogipa.com.br. Escoteiros. Visitado em 22 de março de 2018.