Copa Libertadores da América de 1995: mudanças entre as edições
m (Substituição de texto - "Rafael Jacques" por "Rafael Jaques") |
m (Substituição de texto - "Jorge Burruchaga" por "Jorge Luis Burruchaga") |
||
Linha 165: | Linha 165: | ||
| time2 = {{ARGb}} [[Club Atlético River Plate|River Plate]] | | time2 = {{ARGb}} [[Club Atlético River Plate|River Plate]] | ||
| report = | | report = | ||
| gols1 = Jorge Burruchaga {{gol|15}} | | gols1 = Jorge Luis Burruchaga {{gol|15}} | ||
| gols2 = {{gol|50}}([[Gol contra|g.c]]) Pablo Rotchen | | gols2 = {{gol|50}}([[Gol contra|g.c]]) Pablo Rotchen | ||
| estadio= [[Estádio Libertadores da América]], Avellaneda | | estadio= [[Estádio Libertadores da América]], Avellaneda | ||
Linha 194: | Linha 194: | ||
| report = | | report = | ||
| gols1 = Martín Rodríguez {{gol|46}} | | gols1 = Martín Rodríguez {{gol|46}} | ||
| gols2 = {{gol|57}} Javier Mazzoni<br/>{{gol|63}} Jorge Burruchaga | | gols2 = {{gol|57}} Javier Mazzoni<br/>{{gol|63}} Jorge Luis Burruchaga | ||
| estadio= [[Estádio Centenário (Montevidéu)|Estádio Centenario]], Montevideo | | estadio= [[Estádio Centenário (Montevidéu)|Estádio Centenario]], Montevideo | ||
| publico= 28.000 | | publico= 28.000 |
Edição atual tal como às 15h50min de 21 de dezembro de 2024
Copa Libertadores da América de 1995 | ||||
---|---|---|---|---|
XXXVI Copa Libertadores de América | ||||
Logo da CONMEBOL, organizadora do torneio. | ||||
Dados | ||||
Participantes | 21 | |||
Organização | CONMEBOL | |||
Local de disputa | ![]() | |||
Período | 8 de fevereiro – 30 de agosto | |||
Gol(o)s | 279 | |||
Partidas | 91 | |||
Média | 3,07 gol(o)s por partida | |||
Campeão | ![]() | |||
Vice-campeão | ![]() | |||
Melhor marcador | ![]() | |||
Melhor ataque | 16 gols: | |||
Melhor defesa | ![]() | |||
Maiores goleadas (diferença) | Sporting Cristal ![]() ![]() Estádio San Martín de Porres, Lima 17 de março, Grupo 5 | |||
Palmeiras ![]() ![]() Estádio Parque Antárctica, São Paulo 4 de abril, Grupo 4 | ||||
|
A Copa Libertadores da América de 1995 foi a 36ª edição da competição de futebol realizada todos os anos pela Confederação Sul-Americana de Futebol (CONMEBOL). Equipes das dez associações sul-americanas participaram do torneio. A partir desta edição, as vitórias tiveram o valor de três ao invés de dois pontos, de acordo com as regras da FIFA.
O Grêmio[1] conquistou o seu segundo título da competição ao superar o Atlético Nacional. O clube brasileiro derrotou o colombiano na partida de ida da final, realizada no Olímpico, em Porto Alegre por 3 a 1; depois empatou por 1 a 1 no Estádio Atanasio Girardot, em Medellín.
Com o título, o clube pôde disputar a Mundial de Clubes de 1995, contra o Ajax, da Holanda, campeão da Liga dos Campeões da UEFA de 1994-95 e a Recopa Sul-Americana de 1996.
A Copa
Criada no ano de 1960, a Taça Libertadores da América já havia contado com a presença do Imortal Tricolor, que estreou na competição continental em 1982, conquistou em 1983, foi vice em 1984 e participou em 1990. O Grêmio chegava a sua quinta participação em um status diferenciado daquele da segunda disputa, era um dos favoritos, mas, como sempre, existia aquele que era o principal rival, mais forte e preparado, era o Palmeiras, candidatíssimo a conquista daquele ano.
Muita coisa havia mudado dos anos 80 para cá, Peñarol, Independiente, Estudiantes e Nacional, as forças máximas do futebol da década anterior, já não eram as estrelas da competição, dando lugar a outros destaques que ocupariam o cenário futebolístico sul-americano com igual importância, como River Plate, Olímpia, Cerro Porteño, Boca Juniors e América de Cáli. Do lado brasileiro não eram mais o Flamengo que, com o Grêmio, dominava o cenário nacional, mas São Paulo e Palmeiras que agora faziam frente ao Tricolor na busca dos títulos de 90.
Pré-Jogo
Munticampeão nos anos 80, o Grêmio terminava uma década de ouro em grande estilo, um Mundial, uma Libertadores, um Campeonato Brasileiro, seis Gauchões e, para finalizar, uma Copa do Brasil recém criada em 1989. Todos os anos era uma disputa de títulos, fato que prosseguiu em 1990 na conquista da Supercopa do Brasil e no terceiro lugar do Brasileirão do mesmo ano.
Apesar de promissora, a vida gremista não foi só mar de rosas. Após uma ótima campanha no ano anterior, em 1991 o Tricolor sofria sua maior derrota, o rebaixamento no Campeonato Brasileiro. A situação era caótica, a apresentação de 1990 e o vice-campeonato da Copa do Brasil de 91 não prenunciavam o futuro terrível, mas, infelizmente, caímos. Com chances de se salvar no último jogo, o time foi mal escalado e perdeu por 3x1 para o Botafogo que não disputava nada na competição.
Foi então que o clube buscou uma reação, conseguiu o retorno a Série A no ano seguinte e foi vice-campeão da Copa do Brasil contra o Cruzeiro em 1993. Em 1994 fez um bom time para conquistar a Copa do Brasil, retornando a Libertadores, seu habitat natural.
A conquista
Via Copa do Brasil chegava o Grêmio para a disputa do maior título das Américas, a Copa Libertadores era a competição mais cobiçada pelo clube gaúcho e, de quebra, dava o direito a disputar o Mundial de Clubes contra o campeão da Europa.
O favorito naquele ano era o Palmeiras, a "Seleção Parmalat", como era chamada, era treinada pelo ex-técnico campeão do Mundo pelo Imortal, Valdir Espinosa, tinha Alex Alves, Roberto Carlos, Paulo Isidoro, Edmundo, Rivaldo e Cafú, somente citando alguns. Na época o clube era patrocinado pela empresa Parmalat (a mesma que levou o Juventude de Caxias do Sul aos maiores títulos de sua história) tinha muito dinheiro e comprou o que de melhor existia no mercado, era um time para ser campeão de tudo.
Além do Palmeiras, existiam outros rivais candidatos a taça, dentre eles o então campeão da Libertadores, Vélez Sársfield, o forte River Plate, os experientes Peñarol e Independiente, além das sensações da década, a escola de futebol Paraguaia, com Olímpia e Cerro Porteño. Sem dúvida Olímpia e River Plate eram as equipes mais perigosas, com os argentinos de Buenos Aires em alta e o clube alvinegro paraguaio batendo na trave nas edições anteriores, a dupla brasileira da competição poderia ter problemas.
Na primeira fase o Grêmio caiu no "grupo da morte", a nossa chave era o Grupo 4, com Palmeiras, Emelec e El Nacional. Iniciamos da pior forma, jogando em São Paulo contra o Palmeiras e com derrota, 3x2 para os rivais, o jogo foi disputado, com o Imortal conseguindo a igualdade duas vezes. No final, terminamos na segunda colocação com três vitórias, dois empates e uma derrota, sem conseguir vencer o Verdão Paulista.
As oitavas-de-final foram maldosas com o Tricolor, pegamos o adversário mais difícil entre os duelos, o Olímpia. Apesar da dificuldade, goleamos por 3x0 no Paraguai, um jogo e resultado excelentes. Depois da bela atuação confirmamos a classificação no Estádio Olímpico Monumental, com mais um 2x0. A próxima fase era contra o Palmeiras, uma verdadeira final antecipada da competição.
No dia 26 de julho, o Grêmio recebeu a equipe paulista para o primeiro jogo, no final o resultado de 5x0 assustava qualquer amante do futebol, os gaúchos trucidaram o rival e podiam perder por até 4x0 que ficariam com a vaga. Pouco preocupado, o time gremista foi para o jogo de volta em São Paulo para cumprir tabela e fez mais um gol (resultado até então 6X0) e dormiu, a consequência foi um perigosíssimo 5x1 que quase tirou o clube do caminho de mais um grande título, subestimamos o rival e quase pagamos pela arrogância.
Depois do susto, o Imortal seguiu para a semifinal contra bom Emelec. A equipe equatoriana nunca havia vencido uma competição continental, mas se fazia presente na Libertadores seguidamente e nas fazes anteriores despachou Cerro Porteño e Sporting Cristal. O primeiro jogo foi em Guayaquil, onde empatamos sem gols, no jogo de volta um resultado de 2x0 enchia de esperanças a nação tricolor, isso porque o grande rival de então, o temido River Plate, havia sido eliminado surpreendentemente pelo Atlético Nacional da Colômbia, jogando na Argentina.
Ao contrário do que havia acontecido em 1983, o Grêmio disputou o primeiro jogo da final no Estádio Olímpico Monumental. Com facilidade aplicamos 3x0 nos colombianos, com grande atuação da dupla Paulo Nunes e Jardel, mas permitimos o gol de honra rival, 3x1 no placar final. No segundo jogo resistimos à pressão de Medellin, empatamos por 1x1, e carimbamos nossa participação no Mundial de Clubes contra o fenômeno europeu, Ajax, que havia vencido em maio o grande Milan na final da Liga dos Campeões.
O time de Luiz Felipe Scolari, Arce, Danrlei, Adilson, Rivarola, Roger, Dinho, Paulo Nunes, Goiano, Arilson, Carlos Miguel e outros, ficou marcado na história do Imortal como um dos maiores plantéis já formados no clube, para alguns melhor até que o time Campeão do Mundo de 83. Não só a qualidade marcava aquele Grêmio, o amor a camisa e a raça foram essenciais para vencer equipes mais fortes, mas, talvez, não tão capacitadas para ser Campeã da Libertadores de 1995.
Equipes classificadas
País | Equipe | Classificação | Fase |
---|---|---|---|
![]()
| Vélez Sársfield | Campeão da Libertadores 1994 | Oitavas de final |
River Plate | Campeão do Torneio Apertura 1993 | Primeira fase | |
Independiente | Campeão do Torneio Clausura 1994 | ||
![]()
| Bolívar | Campeão do Campeonato Boliviano 1994 | |
Jorge Wilstermann | Vice-campeão do Campeonato Boliviano 1994 | ||
![]()
| Grêmio | Campeão da Copa do Brasil 1994 | |
Palmeiras | Campeão do Campeonato Brasileiro 1994 | ||
![]()
| Universidad de Chile | Campeã do Campeonato Chileno 1994 | |
Universidad Católica | Vice-campeã do Campeonato Chileno 1994 | ||
![]()
| Atlético Nacional | Campeão do Campeonato Colombiano 1994 | |
Millonarios | Vice-campeão do Campeonato Colombiano 1994 | ||
![]() (2 vagas) | Emelec | Campeão do Campeonato Equatoriano 1994 | |
El Nacional | Vice-campeão do Campeonato Equatoriano 1994 | ||
![]()
| Cerro Porteño | Campeão do Campeonato Paraguaio 1994 | |
Olimpia | Vice-campeão do Campeonato Paraguaio 1994 | ||
![]()
| Sporting Cristal | Campeão do Campeonato Descentralizado 1994 | |
Alianza Lima | Campeão da Pré-Libertadores 1994 | ||
![]()
| Peñarol | Campeão da Mini-Liga Pré-Libertadores 1994 | |
Cerro | Vice-campeão da Mini-Liga Pré-Libertadores 1994 | ||
![]()
| Caracas | Campeão do Campeonato Venezuelano 1994 | |
Trujillanos | Vice-campeão do Campeonato Venezuelano 1994 |
Primeira fase
A primeira fase foi disputada entre 8 de fevereiro e 11 de abril. As três melhores equipes de cada grupo se classificaram para a fase final. O Vélez Sársfield, da Argentina, classificou-se diretamente às oitavas-de-final, por ter sido o campeão de 1994. Em caso de empate, uma partida de desempate seria realizada para determinar a classificação.
Classificados para a fase final | |
Eliminados da competição |
Grupo 1
|
|
Grupo 2
|
|
Grupo 3
|
|
Grupo 4
|
|
Grupo 5
|
|
Fase final
Oitavas de final | Quartas de final | Semifinais | Final | |||||||||||||||||||||
25 de abril a 4 de maio | 21 de julho a 2 de agosto | 9 e 16 de agosto | 23 e 30 de agosto | |||||||||||||||||||||
![]() | 2 | 0 | 2 (5) | |||||||||||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
![]() | 0 | 2 | 2 (4) | |||||||||||||||||||||
![]() | 3 | 1 | 4 | |||||||||||||||||||||
![]() | 1 | 1 | 2 | |||||||||||||||||||||
![]() | 2 | 3 | 5 | |||||||||||||||||||||
![]() | 2 | 6 | 8 | |||||||||||||||||||||
![]() | 0 | 0 | 0 | |||||||||||||||||||||
![]() | 0 | 2 | 2 | |||||||||||||||||||||
![]() | 0 | 0 | 0 | |||||||||||||||||||||
![]() | 3 | 2 | 5 | |||||||||||||||||||||
![]() | 5 | 1 | 6 | |||||||||||||||||||||
![]() | 0 | 5 | 5 | |||||||||||||||||||||
![]() | 1 | 0 | 1 | |||||||||||||||||||||
![]() | 0 | 3 | 3 | |||||||||||||||||||||
![]() | 3 | 1 | 4 | |||||||||||||||||||||
![]() | 1 | 1 | 2 | |||||||||||||||||||||
![]() | 3 | 3 | 6 | |||||||||||||||||||||
![]() | 1 | 1 | 2 | |||||||||||||||||||||
![]() | 2 | 1 | 3 | |||||||||||||||||||||
![]() | 1 | 1 | 2 | |||||||||||||||||||||
![]() | 1 | 1 | 2 | |||||||||||||||||||||
![]() | 1 | 2 | 3 | |||||||||||||||||||||
![]() | 1 | 0 | 1 (8) | |||||||||||||||||||||
![]() | 0 | 1 | 1 (7) | |||||||||||||||||||||
![]() | 2 | 1 | 3 | |||||||||||||||||||||
![]() | 1 | 3 | 4 | |||||||||||||||||||||
![]() | 1 | 0 | 1 (5) | |||||||||||||||||||||
![]() | 1 | 0 | 1 (3) | |||||||||||||||||||||
![]() | 0 | 2 | 2 | |||||||||||||||||||||
![]() | 3 | 2 | 5 |
Final
Em 30 de agosto de 1995, o time comandado pelo grande técnico gaúcho Luiz Felipe Scolari com diversos craques que marcariam um tempo áureo do clube, conquistou sua segunda Copa Libertadores da América, o papão dos anos 80 estava de volta após um curto período de crise e, assim como em 1983, tinha rivais, grandes rivais, muitos até melhores em qualidade, mas na raça e amor a camisa superávamos cada um dos obstáculos que nos eram impostos.
Copa Libertadores | Grêmio ![]() | 3 - 1 | ![]() | Estádio Olímpico Monumental, Porto Alegre-RS, BRA |
Final - Jogo de ida quarta-feira, 23 de agosto de 1995 21:45 (UTC-3) | Marulanda ![]() Jardel ![]() Paulo Nunes ![]() | Relatório | ![]() | Público: 54.257 (42.519 pagantes) Renda: R$ 536.680,00 Árbitro: ![]() |
|
|
Copa Libertadores | Atlético Nacional ![]() | 1 - 1 | ![]() | Estádio Atanasio Girardot, Medellín, COL |
Final - Jogo de volta quarta-feira, 30 de agosto de 1995 20:30 (UTC-5) | Aristizábal ![]() | Relatório | ![]() | Público: 52.000 aproximadamente Árbitro: ![]() |
|
|
Premiação
Copa Libertadores da América de 1995 | ||
---|---|---|
![]() | ![]() | ![]() |
![]() Campeão (2º título) |
Gols
Copa Libertadores de 1995 - Bicampeonato | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Estatísticas
Artilharia
| Artilharia do Grêmio
|